quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Passeio por Minas e pela arte


Na andança por cidades interioranas de Minas Gerais, após breve passagem por Belo Horizonte, fui bater com os costados em Tiradentes. A cidade é encantadora! Cheira a história, a boa conspiração, a liberdade e a terra. O ar é ferrífero! Trata-se de um permanente entorpecer por parte da natureza. Ela não nos dá sossego. Que bom!

Um aspecto de destaque é a arte. Há ambiente e inspiração para qualquer coisa e mais um pouco. Foquemos, porém, nas artes plásticas. Dessa maneira, no ir e vir e no sobe e desce das ruas, cheguei ao atelier do artista e arquiteto brasileiro Sérgio Ramos, na Rua da Câmara, 83, fácil de encontrar, em pleno centro histórico de Tiradentes.

O local é aconchegante, a começar pela excelente hospitalidade, em uma agradabilíssima casa antiga, mas não velha.

Resumindo a arte de Sérgio Ramos, ele introduz em suas obras inúmeros elementos, sem dó nem piedade, como verificamos no quadro acima, A CRAVIOLA, de 2012. Encontramos, evidentemente, em destaque, uma vistosa craviola, rodeada por peixes, casas, pássaros, galhos de planta, escada, bandeirinhas e um possante gramofone, este dos tempos da vovó.

A multiplicidade de cores é espantosa e, ao mesmo tempo, perfeitamente harmônica, sem choque na estética.

Por outro lado, as formas dão show de bola! Curvas e retas brincam, num ótimo entrosamento, desafiando a boa percepção, porém, oferecendo chance ao entendimento.    Imaginemos a música invadindo o resto das coisas, por meio deste instrumento de cordas projetado pelo compositor brasileiro Paulinho Nogueira. Mas ao final da observação, o espírito fica sossegado e maravilhado. Não é que a composição plástica deu certo!

A obra em pauta, vamos e venhamos, inibe qualquer ambiente. Domina o cenário, justificando a crença popular de que beleza põe mesa e parede, sim, senhor!

Finalmente, é para registrar que Sérgio Ramos abriga no currículo mais de cinquenta exposições, com vinte e cinco anos de atividade artística, tendo como mote a sua seguinte expressão: “Gosto do desenho, de contar uma história, de criar algo positivo por meio da pintura”.

Alfredo Domingos

Ficha Técnica:
Dimensões da tela: 120x80 cm
Técnica: tinta acrílica sobre tela
Fontes da pesquisa e da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Craviola e material promocional do artista
Observação: a craviola é construída pela fábrica Giannini. Possui o formato parecido com o do violão, e sua sonoridade recebe influência do instrumento cravo misturada com a viola, característica que deu origem ao nome.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Em minhas mãos

Na loja de soutien, durante a espera, veio à cabeça de imediato ter os seus seios em minhas mãos.

Descarto a peça para ficar com a alma, com o desejo da alma.

Livre para ter você, minha querida. Sair do sério. Gritar de alegria. Abrir a janela para a vida. Tomar o vento das boas novas, que só o bem-querer proporciona.

Rir, melhor ainda, gargalhar! Até a cabeça virar para trás. Ficar bobão.

Agarrar vc pelos braços, firme. Sentir o tremer. Encarar. Testa com testa. Provar as lágrimas dos dois. Quentura. Rodopiar de amor.

Beijos. Abraços apertados. Derrubar na cama. Acarinhar. Correr o dedo. Alisar o cabelo.

Corpos grudados. Falar baixinho, tão baixo quanto gemer. Todas as coisas. Da saudade. Da distância inclemente. Da vontade.

Morder a ponta da orelha. Os lábios. Beijos.

Acariciar o rosto molhado. Enxergar pelos seus olhos azuis, quase um oceano. Mergulhar neles. Lembrar-me de que vinham aos meus sonhos, insistentemente. Porém, tão distantes. Angústia.

Então, de repente, ali, proximamente. Meu Deus, que maravilha!

Suas pernas maravilhosas, pra enroscar. Pé com pé, vc comigo. Respiração descontrolada. Barrigas dando entre si. Seios em mim. Resistir para o quê?

Aproveitar. Fazer. Tratar. Dar. Receber!

Alfredo Domingos