segunda-feira, 18 de maio de 2015

Se o Rio de Janeiro fosse uma mulher

Se a Cidade do Rio de Janeiro fosse uma mulher seria assim, deste jeitinho: morena, altura mediana, magra, sarada, queimada do sol; usaria óculos escuros, mesmo à noite, sandálias do tipo Havaianas, blusinha top e shortinho, sem combinar cores e estilos; permaneceria jovem, mesmo que chegasse aos 450 anos; assumiria comportamento simultâneo de atrevimento e doçura, sempre com o espírito de solteira, extemporâneo e rebelde, pela liberdade, independentemente do estado civil; faria o tipo preocupado, com traços de “blasé”; consagraria o sexo desbragado, dizendo-se pudica até debaixo d’água; produziria caretas para a sogra às escondidas, colocando-se como muito amiga da mãe do marido; saborearia iogurte desnatado pela manhã e salada o dia todo, mas beberia chope acompanhado de linguiçinha, nos fins de semana; teria a praia como a sua primeira casa; sinalizaria o “nome do padre”, sem negar a umbanda; tocaria bateria, porém, carregaria um violino às costas no metrô; lutaria pelo transporte público de qualidade, mas pediria um táxi; soltaria pum no elevador sem perder a pose; cumpriria campanha a favor do bichinho abandonado; daria esmola ao barbudo deitado na porta do restaurante chique, contudo, detestaria o “flanelinha” pidão; estaria no “face” permanentemente, confessando-se aborrecida pela invasão de privacidade; conduziria dois ou mais celulares, precisando carregar as baterias; desceria dos saltos, instantaneamente, para rodar a baiana contra um desaforo; abraçaria, solidária, a Lagoa Rodrigo de Freitas por uma causa das minorias; adoraria defender a classe operária, segurando o copo com whisky, em Ipanema; comeria, vorazmente, cachorro-quente de carrocinha das ruas da Lapa, bairro boêmio, após a noitada, achando tudo um nojo só; criticaria o canalha conhecido, mas cometeria pequenos deslizes, na encolha; anunciaria aos quatro ventos, gabando-se, que assistiu à ópera no Theatro Municipal, tendo, na véspera, arrasado-se na quadra da Escola de Samba preferida; acharia todo mundo abusado, mas não dispensaria o abraço íntimo em quem acabou de conhecer, chamando imediatamente de “camaradinha”; marcaria encontros a torto e a direito, sem comparecer, ao menos, a um; confessaria ser leitora assídua dos clássicos literários, esquecendo-se dos livros empilhados na mesinha de cabeceira; compraria bolsa falsa nos mercados populares, tirando onda de material genuíno; caso pudesse, tivesse realmente coragem e saúde, devoraria toneladas de chocolate; conheceria a delícia de ser o Rio, em carne e osso; e enfim, seria do jeito que as pessoas são, com altos e baixos, virtudes e defeitos!

Alfredo Domingos

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Se houver necessidade


Normalmente, as famílias têm alguns personagens com posicionamentos marcantes, que acabam ditando o ritmo, fazendo a ligação entre os caminhos dos familiares, indicando ao grupo o rumo a seguir.
Prima. É um elemento-chave. De forma positiva ou negativa.
Inicialmente, apresento exemplo de uma madura e discreta professora da Língua Portuguesa, que a todos ajuda, em várias ocasiões. Reconhecida pela sensatez. Solidária contumaz. Aquela que não se esquece das datas dos parentes, presenteando com mimos criativos, muitas vezes confeccionados por ela. Frequentemente consultada, influi sobremaneira no núcleo. Leva nomes românticos, compostos, dos tipos: Maria Helena, Elizabeth Maria, Vânia Regina e Sandra Mara.
Outro exemplo traz a contrapartida da primeira situação. Trata-se de figurinha jovem, carregando inúmeros piercings, cabelo cor-de-rosa e roupas escuras e estranhas. Tipo de pessoa espaçosa, sem limites, que se atrasa para tudo e se esmera em causar, quando finalmente chega. Oferece mil desculpas esfarrapadas, sem que alguém tivesse questionado, falando pelos cotovelos. Centraliza de pronto as atenções. Acarreta inquietação. Traz dúvidas sobre os assuntos consolidados pelas pessoas.  Provoca ondas. Não inspira confiança pelas contradições e procedimentos já conhecidos. Geralmente, seus nomes são diminuídos, viram apelidos: Dri, Fê, Lu e Cla.
Sendo a prima de um jeito ou de outro, isso não é algo relevante. Se você possui uma delas ou as duas na sua família, não se alegre nem se entristeça. É perfeitamente normal! Você faz parte de uma família de fato.
Agora, se você não convive com uma nem com outra, tome tento! A coisa não anda bem arranjada na estrutura familiar. Cabe uma reflexão: é melhor tratar de conseguir uma prima. Correndo. Há uma lacuna nas suas relações mais íntimas. A falta, cedo ou tarde, será observada.
E note, não é tarefa difícil incorporar uma prima ao seu grupo. Aproveite as redes sociais. Talvez comova moça desprotegida, carente. Divulgue a necessidade. Faça um anúncio semelhante a este: ADOTA-SE PRIMA, TRATAMENTO VIP.

Alfredo Domingos

quarta-feira, 13 de maio de 2015

A vida das ideias

Coisas que você matuta e rói, corroendo o seu íntimo. Nos momentos de solidão ou perto disto. Fazer a barba é um exemplo. Dirigir o carro é outro.
Então, damos asas às expectativas, às tristezas, às dúvidas, aos sonhos, às reclamações e às matérias semelhantes.
Falamos sozinhos, no recolhimento dos pensamentos. Argumentamos. Negamos. Concordamos. Rimos. Choramos. Todas as reações, enfim! Negociação sem oposição, a não ser de nós mesmos, que somos nossos adversários implacáveis. Sem trégua.
Embora venhamos a abrir as preocupações mais recolhidas a outras pessoas, por dilema ou insegurança, a decisão é sempre solitária. Não há coadjuvante de peso, que divida a responsabilidade. Aliás, esta não é delegada a alguém.
As opiniões são várias, veementes, públicas ou veladas, no intuito de oferecer a solução salvadora, cujo problema não lhes pertence. Dessa forma, é fácil! Aí é que mora o perigo! Afinal, palpitar descompromissadamente não custa nada ou quase nada. Quero ver quando o deles estiver na reta.
Existe corrente de pensadores que defende o deixar fluir. Argumenta que o rio segue para o mar, e que mais tarde ou cedo, por si só, a tormenta, que atormentava, amaina. Muita intervenção prejudica o raciocínio, mascara o caminhar das questões. Dou-lhe razão.
Por outro lado, estão aqueles que lembram da máxima de que devemos correr atrás, estarmos diligentes, interferindo, etc. Até, acrescentam que, ao dormirmos no ponto, o jacaré abraça. Não é que também dou crédito?!
Bem, uma postura é certa: seguir a consciência.
Pensou e pesou, decida. Vamos que vamos!
Depois, verificaremos o resultado. Outra história começará.
O que não podemos, no entanto, é buscar martírio naquilo que já se sucedeu. Não!

Alfredo Domingos
(o título era usado pelo escritor e diplomata José Guilherme Merquior em suas colunas de jornal)




terça-feira, 12 de maio de 2015

O homem que mofa... E escreve


Trabalha sem parar. Sua vida é isto. Sala acanhada. A cadeira de sempre, de pau e de tecido surrado e rasgado. Escrivaninha velhíssima, onde gavetinhas já estiveram por lá. Janela fechada. Luz fraca, amarelada.

A cara enfiada no computador. Folga para fazer o quê?

Pés fincados no chão, comprimidos por sapatos da cor marrom, de cadarços. Meias de seda umedecidas. Cotovelos enterrados nos braços da cadeira. Óculos embaçados, trazidos na ponta do nariz. E o nariz pontudo. Mãos frias e frenéticas sobre o teclado danificado. Dedos tortos, como tortuoso é o gengibre. Unhas mofadas.

Ideias muitas. Sentimentos à flor da pele. Detalhes. Velhas e gratas lembranças. Necessidade de colocá-las na eternidade. Certo toque bem-humorado. Ansiedade por escrevinhar tudo que a memória ainda armazena. Escrever é sofrido. Não imaginem moleza. Quando bailam as emoções, a leveza se ausenta.

Gatos asmentos por companhia, entre as pernas.

Paredes úmidas. Verdes. Sensação de frio. Folhas desorganizadas no armário de portas emperradas. Livros despencando da estante torta. Caixinha de lembretes de couro mofado. Lata do lixo transbordando.

Filtro de barro para fornecer água que rareia. Torneira pingando o pingo. No chão, mancha verde.

Guarda-chuva sem o pano, encostado na parede, toda hora a cair, com varetas inconvenientes.

Biscoitos murchos numa vasilha plástica sem tampa, quase tombando da mesa. Balas do tempo do ronca. Caneca encardida, com a asa quebrada. Resto de café no fundo, há séculos!

Molho de chaves de umas três ou quatro casas. Tantas chaves. Algumas enferrujadas.

Calendário do ano passado. Ultrapassado, claro!

Lápis sem ponta. Caneta sem carga. Toquinho de borracha.

Mofo. Verde.

Cheiro de coisa velha.

Colarinho roto, da camisa puída. Abotoaduras faltando a pedra, que era verde.

Vidro da janela imundo.

Rádio de pilha com antena quebrada e som com ruídos.

Velho chapéu preto de feltro pendurado no cabideiro.

Tapete destruído, quase careca, com cara dos anos 1980. Paraíso de ácaros.

Este é o cenário sombrio de um escritor entregue à sua lida. Mas não pensem ser algo horripilante! Cada um segue a vida que consegue ou quer fazer. Ele não possui cabeça para circunstâncias diferentes. Costureiro obstinado em costurar tramas. Superar-se. Transformar retalhos de divagação em colcha de pensamento. Aparar os pedaços bicudos, tornando-os arredondados, moldados à história pré-concebida. Como é difícil sair do verde do ambiente para o azul do céu da realização! O que parece não ter consistência acaba fazendo sentido. Sim, o sentido do criador da obra. Aquilo que ele idealizou. Muitas são as tentações para sair dos trilhos. Enveredar por caminhos vãos. Colocar a língua para fora e eca!... Tentar corrigir injustiças, dar a mão à palmatória, elogiar, espinafrar, provocar boas ações, destacar bons exemplos ou simplesmente contar doces histórias, sem maior compromisso. Tudo isso pode! Mas o que não pode é ele, de repente, deixar de ser ele. Não dará certo. Nem conseguirá. Há procedimentos e modos de pensar enraizados na gente. Impossível mudá-los. A solução, por exemplo, não reside em tomar um banho e se livrar. Não. É mais complicado. Não sabemos ao certo se queremos nos livrar, ainda há isso!...

O nosso escritor vive assim e não se afasta. É parte do seu ser, sem dúvida. E tudo está amalgamado. A sua produção resulta da mistura de ambiente e mente. A inspiração está aqui, ali e acolá. Sendo que o aqui é nele.

Não acreditem numa depressão. Não existe. O imaginável abatimento moral não está presente. Provavelmente, há desleixo. Admite-se. O que não incomoda não prejudica. Arrumadinho é prato feito à base de feijão, charque, toicinho e farofa, com os componentes muito bem arrumados para servir. Uma baguncinha não mata ninguém e não rouba os devaneios do escritor, não inibe frase magistral como esta: “A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro” (John Lennon).

Trato da aparente contradição para trazer à pauta a reflexão de que nem tudo obedece a um script, com raras exceções. A opção pelo pão, pão, queijo, queijo está démodé. Devemos ir ao topo da onda e descer nela para provar dos altos e baixos, tendo condição de reagir, da maneira que conseguirmos. Não implica apenas termos sucesso. O desincumbir-se já é grande feito.

Ressalto, sem pestanejar, a insistência do escritor, operário das palavras, na magnífica arte de escrever. Comunicar-se. Emocionar-se.
Dane-se o resto! Salve!

Alfredo Domingos

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Imaginar é...

"Imaginar é ficar num estepe (patamar) acima da realidade!"
Alfredo Domingos
Nada melhor do que um dia frio, uma bom vinho e um bom lugar para almoçar para se deixar levar pela imaginação...
Diego Lopes

quarta-feira, 6 de maio de 2015

A mulher amada


A mulher amada precisa, antes de qualquer coisa, ser minha, e bailar no nosso amor. Gostar das mesmas coisas, talvez nem tudo... Mas fazer cara de aprovação quando manifesto o gosto.

Deve ficar à vontade para falar de mim, dela mesma e da relação. Falar em relação, não precisa a todo instante querer discuti-la. Não, não precisa.

Pode ser crítica, fazer comentários picantes, divertidos, até que discorde daquilo que penso. Para tal, a alma deve ser leve, arejada. Uma fofoca inocente, vez por outra, até que vai bem, não tira pedaço, vamos combinar.

Gostar de futebol, isso precisa. Afinal, a mídia está no futebol e nas celebridades a ele ligadas, o que rende assunto. Curto muito o futebol. Se puder, que fique ao meu lado ouvindo as resenhas esportivas pelo rádio, no escurinho do quarto, melhor ainda.

Deve ser branquinha, de pele macia. Não precisa ser sarada, marombeira. Caminhar pelas ruas de mãos dadas é tudo de bom. Tanto faz se for despojada ou elegante produzida. Pode usar tênis ou saltos altos. Vestido, calças apertadas ou bermudas largas, tudo vai bem.

Fico amarradão se for parceira numa noite chuvosa de sábado, em casa, saboreando queijo curtido e vinho honesto. Não reclame na falta de taça sofisticada e de faca apropriada, de corte infalível.

Que seja companheira nos momentos de aflição. Quando vier aquela dor maluca, que diga chorosa: - está sofrendo, coitadinho. Em seguida, que me leve ao médico e fique na sala de espera rente que nem pão quente.

Não se incomode com as minhas roupas desarrumadas no armário. Quanto aos papéis amontoados na escrivaninha, bagunçados, que não se amofine com eles.

Pode ser inquieta, ansiosa, medrosa, espavorida ou esbaforida. Não dou importância. Tudo isso é suportável e fornece inspiração para histórias. Acaba protagonizando hilárias situações.

Carece, sim, de ser disposta para o amor. Que tenha disposição para estripulias e aventuras amorosas. Que faça, com arte, os movimentos do globo da morte e da mão que balança o berço.

E, principalmente, que me perdoe sempre, em especial ao saber destas exigências de ser isso ou aquilo, deste verdadeiro cardápio egoísta, que aprontei aqui. Que dê risada desdenhando estes tolos requisitos e que de bom humor diga: - Vá esperando, meu filho!...
Alfredo Domingos

Aldravia

Fonte da imagem: http://www.preciolandia.com

Um grupo de poetas brasileiros iniciou maneira diferente de fazer poesia. Eles são aldravistas e assumem o desafio de fazer poesias curtas (ALDRAVIAS). Em novembro de 2000, com o lançamento do Jornal Aldrava Cultural, nascia este novo Movimento Poético.

O nome relaciona-se com aldrava, um batente antigo de metal, com o qual se batia às portas, pedindo licença para entrar. Era comum a sua existência nos casarões de Mariana, Ouro Preto e outras cidades mineiras. Há semelhança com a poesia que, também, bate à porta para tomar vez.

São poemas curtinhos, simples, de seis versos univocabulares. Apenas seis palavras, condensando ideias, sem obrigação de rima.

Trata-se de usar o mínimo de palavras para ensejar o máximo de possibilidades, seguindo o espírito da poesia revelado há muito tempo. O cerne da ALDRAVIA é o conceito de metonímia, que dá oportunidade de tudo ser expresso com outras palavras, embora, isoladamente, tenham significados diferentes.

Alguns dos criadores do estilo da ALDRAVIA são os escritores: Andreia Donadon Leal, Mário Donadon Leal, J. S. Ferreira e Gabriel Bicalho.

A seguir, alguns exemplos de ALDRAVIA:

Andreia Donadon Leal

- aldravias
buscam
continentes
em
longínquas
porções

Gabriel Bicalho

- aldravia
meu
verso
universo
em
poesia

Marilza de Castro

- solicitude

lícita
se
verdadeira
atitude

Messody Ramiro Benoliel

- chuvas
gostosas
lembranças
tuas
minhas
nossas

Luiz Gondim

- fui
letra
depois
palavra
agora
oração

Alfredo Domingos

- pratico
abstração
para
chegar
à
poesia

- sorver
palavras
matutar
pra
sentenças
edificar

- balançar
sacudir
não
pense
mal
remédio!

- cheguei
olhei
provei
larguei
azar!
enjoei

Alfredo Domingos

Pesquisa:
http://wwwliteraciacaleidoscopios.blogspot.com.br
http://g1.globo.com/jornal-hoje
http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria

Abotoaduras - vivendo e aprendendo


Meu primo Anfilóquio veio com mais uma das suas. Revelou que ganhou uma belíssima camisa social da toda “poderosa” secretária, e constatou estupefato que não havia botões nos punhos.

Desabafou comigo:
- Veja só, esta camisa deve ser vagabunda, embora bonita, pois já vem sem botões!
- Seu energúmeno, trata-se de uma camisa chique, e não ter botões significa que deve ser usada com abotoaduras.

Antigamente, a maioria das camisas precisava do acessório, que, em última análise, reúne os lados de cada um dos punhos da camisa. O mercado oferecia vários modelos, em especial o de ouro, que era papa-fina, trazendo até as iniciais do presenteado. Dar bom presente incluía a ideia das abotoaduras – respondi de pronto.

Foi então que retrucou:
- Nunca vi essas tais abotoaduras, servem para o quê?
- Preste atenção, acabei de explicar a serventia! – atalhei.
- O que lhe resta é comprar o par e ficará resolvida a questão. Atualmente, como é coisa em desuso, os preços estão acessíveis, mas é verdade que não é mercadoria encontrada em qualquer loja – complementei.
- Você está me dizendo que ainda terei que gastar uns trocados para poder usar o presente, além de bater pernas? Não acredito...
- Exatamente, faça com bom ânimo, pois não houve pessoa que tivesse mandado você ser enrabichado pela tal secretária, agora aguente o tranco.

Alfredo Domingos

O “pedra-noventa”

Diego é um camarada “pedra-noventa”!
E o porquê desta expressão, que cai muito bem no amigo?
Mexe e remexe, chegamos à conclusão, com a seguinte pesquisa:
=> criou-se uma história, que se mantém no tempo, de que a pessoa trabalhadora, vencedora e querida por seus méritos, de boa fama, acaba sendo chamada de “pedra-noventa”.
A origem está na “Tômbola”, jogo de loto, bastante parecido com o “Bingo”, alterando de roleta para saco, mas com 90 pedras. A virtude do jogador está em conseguir marcar exatamente a pedra de número 90, a de maior valor no jogo. Aí, ele se consagra, e passa a ser rotulado de “pedra-noventa”, gozando de prestígio.
Então, quando queremos elogiar alguém, inclusive o Diego, vale recorrer ao chamamento de “pedra-noventa”.
Está certo que há desuso no tratamento, porém, o descobrir de vários “pedras-noventa” deve ser tarefa a realizar, para o aprazimento de todos nós. Pesquise você também!

Alfredo Domingos