quarta-feira, 26 de maio de 2021

O circo acabou...

“O circo chegou

Vamos todos até lá

Olha que o circo chegou

Não custa nada você ir até lá

O circo é alegria de viver”

Da obra de Jorge Bem Jor, cujo trecho acima veio nos ajudar, com positividade e encanto, caímos na tristeza pela constatação de que a lona foi dobrada, e está sobre o capim crescido, nas instalações da Escola Nacional de Circo Luiz Olimecha (Enclo), Praça da Bandeira, Rio de Janeiro.

Ali, funcionava a escola de talentos voltados para a arte circense, com as atuais características, desde 2012. Com a pandemia da Covid-19, o espetáculo calou-se, definido como "aulas suspensas". Sem retorno previsto, segundo informações da mídia, de março de 2021. Tomara que a realidade seja outra!

Vamos “levantar” o circo, picadeiro adequado para a formação de seus profissionais, que oferece valiosa contribuição à sociedade, com diversão e capacitação aos que se interessam pelo ramo.

Que possamos gritar: “Senhoras e senhores, a função vai começar!” Da mesma forma com que o mestre de cerimônias de todo circo dá início à apresentação.

Não deixemos o circo acabar. Queremos trapezistas, malabaristas, mulher barbada, anões gigantes e “lião” sem dente (estes últimos como Jorge tão bem inseriu na sua canção).

Alfredo Domingos

 

quinta-feira, 20 de maio de 2021

 Regresso

Volta ao trabalho presencial - 20/05/2021. De início, bom sinal, que sugere saúde perfeita, para mergulhar no que há mais de um ano ficou adormecido. Vale lembrar-me da expressão batida, porém, com adaptação: levantar a poeira e recomeçar.

Reencontrar os colegas - muito boa sensação! Vê-los em "pé", que beleza!

Vida que segue, diferente, talvez não... A cada dia, fazemos de novo, com pandemia ou sem. A existência se esgueira, por caminhos largos, apertados, ensolarados, sombrios, assim vai, sem bula, papiro ou coisa semelhante. Viver já é uma maravilha! Com tropeços? Sim, claro. Mas levantar, também, faz parte. Cair e levantar, sempre!

Ao rever a minha sala, compreendi que as coisas têm a fotografia do dono e daquilo que se exerce. Comecei a derrubar a saudade dos pertences. Sem pressa! Isto e aquilo, tudo ali. Caramba, como o tempo produz uma nuvem na memória, que se dissipa aos poucos! Não atinamos de como o nosso jeito e trecos ficam marcados.

Li uns papéis, pensei: "escrevi estas bobagens?"

Olhei um objeto no canto, disse pra mim: "jogue isto fora, homem!"

Certamente, não pensaria assim antes da pandemia, mas devemos considerar que nós mudamos no bojo da Covid-19, e mudaríamos, eu acho, de qualquer forma. O passar do tempo e das circunstâncias nos levam para outros modos de entender e encarar situações, locais e objetos. 

A bela camisa do passado, hoje é ridícula.

Um local visitado há anos, de ótimas recordações e muitas fotos, vira um lugarzinho qualquer.

A comida do restaurante tal, tão gostosa há tempos, virou insossa.

Sofremos transformações, e que bom!

Transformar é descobrir oportunidades e visões, boas ou más. Porém, acima de tudo é viver!

Alfredo Domingos