O quê procuram, hein? Eles mal
sabem aonde circular. São os bebuns; rejeitados; descasados; desabrigados;
desempregados; desenganados; destemperados; desabotoados; privilegiados; e tantos outros.
Coitados, enfim!
Carentes, entre inúmeras coisas, de
orientação, de qualquer origem. A necessidade urge por atendimento, pois é imprescindível
que seja dada solução ou paliativo.
Não vamos descambar, achando que
é doideira. Vamos compreender.
São errantes, vacilantes,
incompreendidos e incapazes de entender.
Duvido de que, ao menor aceno,
não caiam de quatro, em busca de socorro.
Trata-se de miscigenação de
problemas, mais ou menos como descrito no samba famoso, de Martinho da Vila: “negros,
brancos, índios, eis a miscigenação”. Só não dá samba! Permite, no entanto, intensa
reflexão.
Os bebuns buscam apoio na bebida,
na “marvada”, ficando desconectados, cada vez mais, da racionalidade das
coisas. O outro efeito do álcool é o prejuízo à saúde. Não há escapatória. O
álcool tal qual o cigarro aniquilam.
Os rejeitados são carentes por
demais! A carência enfraquece, alargando os limites de tolerância. A pessoa
fica tolerante ao extremo, sem medir as consequências.
Os descasados enfrentam, no
mínimo de início, muitos problemas. Enquanto estes não são solucionados, a
confusão é geral, além da perda afetiva e financeira.
Os desabrigados, falando da parte
física, ficam literalmente sem chão. O sujeito sem o seu canto perde a
referência. Normalmente, incomoda e é incomodado.
Os desempregados talvez sejam os
que mais padecem. Sem o sustento, a negociação, de qualquer espécie, vai a
zero. E a eterna procura pelo emprego depaupera o indivíduo.
Os desenganados podem ser os
abandonados pela saúde ou os desiludidos. Ambos os tipos ficam desesperançados.
O gosto amargo da inexistência de saída e a decepção cortam o ânimo, e acabam
trazendo perigo à existência e a estabilidade emocional.
Os destemperados sofrem menos.
Precisam de recomposição de gênio, ter paciência, saber tratar os outros. E
pronto!
Os desabotoados sofrem menos
ainda! Componham-se, meninos. Ajeitem-se. São semelhantes aos destemperados,
dando um jeito, vão em frente. Ressalvo que a falta de botões está no cérebro,
também!
Os privilegiados constituem raça à
parte. Vivem à margem da dura realidade. Os privilégios cegam. Valem-se da
assistência alheia, do “jeitinho”, este tão famoso entre nós. Entendem poder alcançar
quaisquer intentos, sem esforço, de mão beijada, como se diz! Considero ser uma
doença, que pertence ao favorecido e a quem favorece.
Todos os exemplos são casos de
vitimização por um ou mais motivos. Não ocorrem ao acaso. Suas raízes são
antigas e profundas.
Alfredo Domingos
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