segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Uma estrada fria


Em plena primavera, aqui na minha terra, no Hemisfério sul, eu trouxe da memória o inverno do ano de 2014, nos Estados Unidos da América (EUA).

Estava na estrada entre Niagara Falls (as cataratas) e Rochester, esta uma cidade pequena americana, que é encantadora, estando bem perto da fronteira entre EUA e Canadá, no Estado de Nova Iorque.

No caminho, pus-me a contemplar a paisagem fria, de 23 de dezembro, antevéspera do Natal. A época, por si, já é mágica. Inspiradora!

Observava cinza pra lá e pra cá. Árvores peladas, porém, em pé, eretas, altivas. Quase nenhuma vegetação em verde. O resto era queimado pelo frio. Os pinheiros resistem, não é? (acredita-se que os pinheiros sejam as árvores mais antigas da Terra. Alguns podem viver por até 6 mil anos. Há noventa espécies de pinheiros. Eles são mais comuns nas regiões montanhosas). O rio, por sua vez, passava impávido, livre e liso. Estrada acolhedora, bem equipada para o passante. Gente sozinha nos seus carros, mais do que acompanhadas, talvez em deslocamento para as Festas, ao lado das famílias.

A estrada transforma sonhos em realidade. Leva à concretude das ideias. Faz acontecer. Permite encontros, assim como pode desfazer relações. A coisa muda!

Traços de chuva surgindo. Vidros dos carros chorando longo. Lágrimas compridas.

O dia abraçava o negro. Saía de cena a tarde para surgir a noite. O nosso carro procurando o destino.

Faróis brilhando. Lanternas avermelhadas. Riscos brancos e encarnados.

Frio no ar!

No início da cidade de Rochester, voltando para encontrar a filha, a presença das casas preparadas para o Natal, com luzes e enfeites. Ambiente acolhedor e Santo! Paz na Terra!

Alfredo Domingos

Um comentário: