sexta-feira, 31 de julho de 2015

O Poema está morrendo...


 “Vem, noite antiquíssima e idêntica,/ Noite Rainha nascida destronada,/ Noite igual por dentro ao silêncio, Noite/ Com as estrelas lantejoulas rápidas/ No teu vestido franjado de Infinito”.
(versos do poema de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa, “Dois excertos de odes”)

O Poema anda embolorado,

Encostado numa parede fria de sentimentos.

Abandonado numa gaveta, com falta de ar,

Envelhecido e esquecido.

Ao sair, manca e reclama.

As palavras não têm eco,

O andamento ressente-se de empolgação,

O conteúdo escorrega pelos ralos,

O alvo não é atingido.

Sua dosagem de vitamina D está baixa,

Falta sol, claridade.

Sangue quente circula escasso,

Necessita de urgência para a vida.

Urge a volta de Pessoa, Vinicius, Manoel de Barros, Mário de Andrade,

Tantos!

Salvem o Poema!

Alfredo Domingos

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