“Vem, noite antiquíssima e idêntica,/ Noite Rainha nascida destronada,/ Noite igual por dentro ao silêncio, Noite/ Com as estrelas lantejoulas rápidas/ No teu vestido franjado de Infinito”.
(versos do poema de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa, “Dois excertos de odes”)
(versos do poema de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa, “Dois excertos de odes”)
O Poema anda embolorado,
Encostado numa parede fria de sentimentos.
Abandonado numa gaveta, com falta de ar,
Envelhecido e esquecido.
Ao sair, manca e reclama.
As palavras não têm eco,
O andamento ressente-se de empolgação,
O conteúdo escorrega pelos ralos,
O alvo não é atingido.
Sua dosagem de vitamina D está baixa,
Falta sol, claridade.
Sangue quente circula escasso,
Necessita de urgência para a vida.
Urge a volta de Pessoa, Vinicius, Manoel de Barros, Mário de Andrade,
Tantos!
Salvem o Poema!
Alfredo Domingos
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