Juro que vi!
O casal agarrado.
- E daí? Indaga você, desdenhando.
Vamos, então, em sua homenagem, retirar o pano do mistério.
Desfile de carnaval. Não o da Sapucaí, mas o da Gaspar de Lemos, aqui da vizinhança. Menos badalado, mas com a mesma euforia carnavalesca.
A furiosa mandando bem, cheia de mestres da música, cumprindo repertório recheado de sucessos. Pessoal balançando no ritmo, pra lá e pra cá, agitando, arriscando passos de samba, como nos velhos tempos, cantando fácil e de mãos pra cima. Liberdade total! Ambiente favorável.
E o tal casal agarrado. Os dois entrelaçados. Viva o carnaval!
Cada um deles na posição de dança de salão. Nem pareciam estar num bloco animado. O amor é assim. Muda-nos. O que não era para ser acaba sendo. Anula o constrangimento. Em consequência, não é percebido quando saímos do tom, do coletivo. Importa essa escorregada? Não, ora bolas! Viva o amor!
Observando bem, porém, identifiquei que ela, ao abraçar o par, passando um dos braços pelas costas dele, portava um celular ligado.
- Como assim? Nova pergunta.
Aconteceu. Não sei se ela fazia selfie, o que seria bom, ou comunicava-se com tribo diferente, de outro local, de outro planeta, dedilhando mensagens pelo “WhatsApp”, passando e recebendo novidades.
Vamos e venhamos...
Carnaval ocorre uma vez ao ano. Aproveitemos por inteiro.
As novidades, agora, dão voltas e retornam. Aquilo que não se sabe no momento chega aos nossos ouvidos e olhos daqui a pouco. É esperar para conhecer ou rever.
Defendo que a paixão e o entretenimento podem superar a tentação de dar uma “espiadela”.
Alfredo Domingos
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