quinta-feira, 7 de junho de 2018

Nova rodada de “aldravias”


Voltando a falar das “aldravias”, que são poesias curtas, como foi feito aqui no blog, em 6 de maio de 2015.

“Aldravia” relaciona-se com aldrava, um batente antigo de metal, com o qual se batia às portas, pedindo licença para entrar. Era comum a sua existência nos casarões de Mariana, Ouro Preto e outras cidades mineiras. Um grupo de poetas brasileiros, de Minas Gerais, iniciou maneira diferente de fazer poesia, por meio da “aldravia”.

São poemas curtinhos, objetivos, de seis versos univocabulares. Apenas seis palavras, condensando ideias, sem obrigação de rima. O cerne da “aldravia” é o conceito de metonímia, que dá oportunidade de tudo ser expresso com outras palavras, embora, isoladamente, tenham significados diferentes.

Vejamos nova rodada de “aldravias”:

Palavras
“Palavras
Vento
Leva
Mentira!
Palavras
Ficam.”

Brincadeira I
“Dedo
Mínimo
Pai
De
Todos
Brincadeira."

”Brincadeira II
“Fura
Bolo
Mata
Piolho
Outra
Brincadeira.”

Brincadeira III
“Sogra
Não
É
Passageiro
É
Carga!”
(autor desconhecido)

Coco
“Balança
Balança
Mas
Não
Cai
Coco.”

Mar
“Mar
Calmo
Não
Faz
Bom
Marinheiro.”
(autor desconhecido)

É...
“É,
Dedé?
Coisas
Não
São
Assim!”

Mudança
“Gatinho
Meu
Querido
Peste
Meu
Marido.”

Pedir
“Pedi
E
Vos
Será
Dado,
Certamente!”
(Jo 16,24)

 Revela-te
“Deus
A
Tudo
Acolhe
Revela-
Te!”

Alfredo Domingos

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