terça-feira, 9 de junho de 2015

Tudo rápido! (a tecnologia empurrando você)


Contando com a mensagem muito oportuna do texto de Martha Medeiros, de 24/05/2015, trago à discussão a rapidez que é exigida, hoje, para tudo.
Martha tratou da saudade do e-mail, que era, tempos atrás, comunicação tranquila, reinando solitária, dando tempo para que você respirasse. Conseguia-se analisar o texto, pensar na resposta e finalmente responder.
No cenário profissional ou particular, é de bom senso ter oportunidade para embasar e concluir com propriedade.
O e-mail repousava à espera da solução a dar. Varava noite, sem pressa.
Com a chegada atabalhoada do celular, cada vez mais enxerido, que encontra o outro em quaisquer hora e lugar, do Face e do WhatsApp, principalmente este último, a coisa degringolou.
Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega! Não há jeito.
A exigência é a de ser acelerado. Você deve estar em cima do lance, sem pestanejar, e com a obrigação de fazer comicidade, ser espirituoso. A obrigação de viver no pique é cruel. Quando alguém diz que respondeu na bucha a alguma situação, não considero coisa extraordinária. Fico me perguntando se não é melhor abandonar a bucha e entrar na boa.
Nessa disputa pela informação, sobressai a entrega total, sem reservas. Revela-se tudo! Desde os aspectos cotidianos até as situações reservadas, que devem ser mantidas com maior zelo.
No uso do WhatsApp, acontece algo pra lá de sensacional, se não fosse trágico. Um pode não esperar o outro concluir. A conversa acaba sendo conduzida fora da ordem, com frases curtas, palavras cortadas, no esquema da ansiedade. Batalha-se com o vocabulário, claro, atropelando-se a Língua Portuguesa, sem piedade!
Há aqueles que defendem a forma descuidada, em nome do papo reto e ágil. Demorar com o qual sentido?
Respondo: a demora provavelmente leva você a verificar o que foi exposto pelo antagonista, a refletir, a explicar melhor, a ter cuidado com a redação, etc.
Quem gosta de escrever, prefere ter a chance de fazê-lo direito, com raciocínio e todas as letras.     
Martha Medeiros lembra, ainda, a insanidade do corretor de texto. Um desvairado, que conduz o usuário no caminho do absurdo. Não preste bem a atenção para ver o que lhe acontecerá!
Escrevo o nome carinhoso da minha filha, e sai “Clã”, no lugar de Cla.
Uma tia arriscou dedilhar o celular para nos cumprimentar pelo nascimento do nosso menino. Pois bem, escreveu “Vi a foto, que feiura”. Isto deu um quiprocó sem fim! Coitada da tia. Ela queria, gentilmente, passar a mensagem “Vi a foto, que fofura!”.
Então, o corretor atua descontrolado? Ou somos nós, com os poucos conhecimentos e a afobação, que contribuímos para o seu destempero?
De qualquer forma, é preciso cuidado. Calma, para não derrapar na conversa.
Existe a sensação de que estamos sempre atrasados! Corremos para aonde? E o pior: ficamos à espera, invariavelmente! Todos nós corremos, mas mesmo assim não cumprimos os horários e deixamos de complementar o que consta da pauta. Os sentimentos que nos invadem são o do esforço em vão e o da incompletude. Porém, continuamos no desespero.
Para finalizar, deixo a sugestão: promoção de um abraço coletivo na área da Lagoa Rodrigo de Freitas, já que está na moda, cujo cerne será a busca da CALMA. Será inusitado, mas necessário!
Concito a fazermos menos comunicação e a alcançarmos mais tranquilidade. O básico da vida é calmoso!
Alfredo Domingos

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