sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Oração da bola



Sou feita de couro, plástico, papel ou meia.
Redonda, às vezes nem tanto.
Sim, sou a bola, tão em moda nestes tempos.
Estou em cena, aqui, acolá, alhures.

Circulo no gramadão, graminha, quadra, cimento ou terra.
Aliás, estou presente em qualquer espaço, por estranho que seja.
Sou conduzida por craque, pereba ou fominha.
Recebo chutão, colocada, enfiada, chutinho ou bico.

Ocasionalmente, sou isolada fora do estádio, sem volta.
Alcanço voo. Entro em órbita.
Em outras, ganho beijo ou fico sob as camisas, viro barriga.
Tenho cores e desenhos sem fim.

Com toda a força ou devagarzinho.
Com a mão ou pé.
Invado áreas ou cruzo linhas. Sou levantada ou enterrada.
É o árbitro quem me conduz nas mãos. Sou a estrela.

Mas os grandes momentos são: o GOL; a CESTA; o ACE; e o PONTO!
Aí, me acabo. Fico envaidecida. E comovo os outros, também.
Grandíssima é a alegria.
Ave-Maria, que loucura!

Não finalizo em vão.
Sirvo-me desta oração.
Que a minha atuação seja traço de união!
Povo feliz, irmanado, estenda a mão.

Alfredo Domingos

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