O navio está
atracado ao cais.
Preso a
terra, seguro.
Aos poucos
as espias vão sendo liberadas.
Até que o
navio está solto, livre.
Ele fica sob
máquinas, com controle do seu destino.
Vai ganhando
autonomia, cumprindo sua rota.
Cruza mares
espelhados e mares revoltos.
O comandante
o conduz na busca de melhores destinos.
Chegará aos
portos quando lhe aprouver ou necessitar.
Assim, somos
nós.
Primeiro
presos à mãe.
Ao ganhar
idade, vamos nos soltando.
Nossas
cabeças passam a nos guiar.
Passamos por
algumas situações calmas e por outras nem tanto.
Pegamos
ventos serenos, mas, também, enfrentamos vendavais.
Atracamos em
muitos portos, uns seguros, outros não.
O
conhecimento e a sabedoria vão fornecendo as ferramentas.
Operá-las é
por nossa conta.
O resultado
é fruto.
Pode ser
doce, gostoso.
Pode ser
amargo, detestável.
Tal qual o
navio, que enferruja e fica obsoleto,
Somos nós ao
entrarmos na velhice.
O estaleiro
repara o navio.
O médico
restabelece a saúde.
Mas o navio
e nós paramos um dia.
Viramos todos
sucata.
Alfredo
Domingos
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