quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Reflexão de final de ano


 Fonte da imagem: foto do autor
(última lua cheia do ano de 2015 - Baía de Miami, EUA)

Em sua “Receita de Ano Novo”, da editora Record, Drummond deixou para nosso deleite vários textos sobre a passagem de ano. Em síntese, defende que o velho, o de sempre e o novo dependem de nós mesmos. Se quiser, faça!

Com base na escrita do mestre, nesta passagem de 2015 para 2016, estive a refletir sobre as clássicas perguntas:
- O ano que passou foi bom para você? (todos questionam isto)
E para complementar, vem a segunda pergunta:
- Será que o próximo será melhor? (embutido aí o desejo de o novo superar o anterior)

Fiz, então, as duas perguntas a mim, de chofre! Retirei o sapato do pé direito, porque o do lado esquerdo estava fora há muito, rolei o pensamento com mais alívio, e ataquei de responder. Usei, até, a voz alta! Naquele momento, não quis perder tempo em escrever. Pelo celular, lançando mão do WhatsApp, repassei ao grupo da família (coitados dos parentes, a tudo devem aguentar!) as minhas divagações. Rápido e direto, afirmei que o meu ano foi bom, ótimo!

Preciso justificar, no entanto, a bem da seriedade.

A família, a mesma da confissão, será aumentada. Minha filha espera um filho, mas não sabíamos, ainda, o sexo. Recebemos nestes dias a notícia da chegada da NETA. Que alegria! Que venha com saúde! Deste jeito, posso dizer que o ano foi bom!

Aquela documentação difícil de sair, há cinco anos, por fim foi resolvida, dentro do modelo imaginado. Neste quesito, o ano foi bom!

Consegui colocar-me disposto, em todos os dias, para ir trabalhar. Com as próprias pernas, tendo sentidos íntegros e consciência ativa. Não foi necessário fazer o dever de casa, não. Cumpri o expediente dando o máximo de mim, nas pequenas e grandes tarefas, com a atenção e o interesse devidos. Desta forma, o ano foi bom!

Estive todo o tempo em condições de ver, ouvir e falar (este último até demais!), podendo enxergar a vida, ouvi-la e, também, comunicar-me. Assim, o ano foi bom!

Confesso que beijei, abracei e estendi as mãos aos montes. E o melhor: fui correspondido! Então, o ano foi bom!

Conservei à volta os parentes queridos e os estimados amigos. Ao mesmo tempo, angariei novos amigos. Aumentei a rede particular. Diverti-me bastante. Revelei segredos, os meus, claro! Ousei nos comentários. Enviei bilhetes. Passei mensagens. Devo ter ensinado alguma coisa, mas tenho certeza de que aprendi muito. Errei aqui e acolá, porém, acertei nisso e naquilo. Sem dúvida, considerando estas atividades, o ano foi bom!

Realizei duas viagens de porte, que envolveram algum risco e implicaram providências delicadas, com pleno sucesso e satisfação total. Em uma delas, tive a companhia de querida pessoa, bem idosa, que mereceu cuidado. Neste aspecto, o ano foi bom!

Prossegui no ofício de escrever (digo “ofício” para realçar!), não preocupado apenas em elaborar bons textos. O resultado passa a ser secundário em favor da produção e da formulação de ideias. A mente faz ginástica, como dizia a professora de redação. Ao realizar a escrita, obtenho saúde! Para a alma e o corpo. Ocorre da mesma maneira quando caminho pelas ruas. Socorro-me dos dois, permanentemente. Permeando este relacionamento tão vital, o ano foi bom!

Ficou, de propósito, para o final a parte mais relevante (é conveniente fechar o papo com um tema que considero essencial na minha vida, para o meu conforto espiritual).

Noite após noite, durante os trezentos e tantos dias, orei por diferentes motivos, focando na boa travessia da noite e no desenrolar tranquilo do dia seguinte. Na súplica, acrescentava outras pessoas nos pedidos. Aliás, a minha lista de incluídos na reza é extensa. Lembrando-me de alguém, pronto, aquele já entra na relação. Ali, quase escondido, no escuro do quarto, entre as cobertas, rezava com fé. Em contrapartida, felizmente, sempre fui atendido. Deus me descobria, auxiliado pelo anjo da guarda! Neste particular, também, o ano foi bom!

Concluindo, expresso que o ano foi bom, ótimo, em todos estes pontos!

Fazendo uma selfie, tendo ao fundo o ano de 2015, observo que estou à frente e de braços estendidos para sacramentar a foto. Um braço preparado para clicar e o outro para saudar o ano que chega - 2016. Que adentre, camarada! Vejo o seu aspecto um pouco desalinhado, mas há como se recompor. Espero, esperamos todos!

Alfredo Domingos

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