terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Homenagem a “Fernando”


Transito entre o eu e o não eu.
Encarno esse, aquele.
Assumo isso, aquilo.
Dissimulo o quanto posso, escancaro tudo.
Saio de mim para ser Maria, para ser João,
Ou, simplesmente, sou eu mesmo.
Possuo muitos nomes.
Trago chapéu e óculos.
Adoto a primeira pessoa, embalo-me na terceira.
Ando de carro, de balão e a pé.
Tenho cabana, casa, castelo e navio.
Nasço, morro e ressuscito.
Venho pra cá, vou pra lá.
Sou mendigo, barão e aprendiz.
Provoco gritos, sussurros.
Faço rir, faço chorar.
Elaboro mistérios, articulo amores.
Os oceanos são a minha Pátria.
“Eu, da Raça dos Navegadores, afirmo que não pode durar (o que aí está)!
Eu, da Raça dos Descobridores, desprezo o que seja menos que descobrir um Novo Mundo!”
Adoro comédia, envolvo-me no drama.
Junto letras, esculpo palavras e construo sentenças.
Mexo com os sentimentos, emotivo eu sou.
Fingidor, sim, por que não? “Pessoando” eu vou.

Alfredo Domingos

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