terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Existe solidão?


 Fonte da imagem: fotografia feita pelo autor do texto

Alguns dizem que a solidão mata e ela está dentro da gente. E, quase sempre, pedimos ajuda externa. Precisando de constante apoio e de estímulos. 

Outros defendem que a peteca não pode cair. E que se animam independentemente da interferência alheia. Conseguem renovação por conta própria. Retiram leite de pedra, de acordo com o pensamento popular. 

O nosso companheiro aqui “clicado”, num meio-dia destes, sutilmente estacionado numa amarração de navio, num cais de qualquer destino, tira onda sobre ela, literalmente! Parece estar curtindo, firme, apesar da situação de corda bamba. 

Solitário, mas nem se toca, sendo acompanhado por ele mesmo e pela poética paisagem. Porém, antes de qualquer coisa, encontra-se “completamente livre”. 

Por outro lado, o mar soberano, sem perder a serenidade, permite o conforto, fazendo sentinela do bichinho. O cabo de fibra é um detalhe, no enfoque do visitante. Mero apoio. A leveza da ave quase não necessita de suporte. A sua cabeça erguida bem demonstra a altivez, mas na forma de sossego, sem susto! 

Trata-se de um equilibrista, Bem-te-vi, de nome científico “Pitangus sulphuratus”, da família dos “Tiranídeos”. Possui como peculiaridade o seu canto, cujo som trissilábico propicia o próprio nome. Ele resume-se em si, e pronto! 

Não vamos, no entanto, abandonar o tema “solidão”. Como princípio, estar só é condição inerente ao ser humano. Temos um mundo próprio. 

Muito bem! 

A preocupação começa quando essa condição extrapola, tornando-se uma prisão em nós. Ergue-se, pela solidão, um verdadeiro obstáculo em relação às coisas externas, tão comuns, que passa a ser considerada uma doença dos tempos que correm. 

A solidão merece atenção, principalmente quando surgem os sintomas físicos, ou quando está associada à melancolia, ao desânimo, à falta de apetite ou à inconsistência do sono. Nesses casos, faz-se necessária a procura de um profissional da área (psicólogo ou médico), pois a tendência é estar associada a outros problemas de saúde, como a depressão. 

Vários “remédios” para combater o mal são sugeridos. Desde o medicamento, propriamente, às terapias, passatempos e distrações. As amizades são tidas como essenciais. Igualmente, outros meios de alívio ou cura são divulgados. 

Sim, o bem-estar é que deve nos reger. Sigamos o exemplo dos pássaros, observando-os, ou usemos as soluções de iniciativa própria ou indicadas por terceiros. Tudo é válido! De braços cruzados não devemos ficar. Bons tempos, meus amigos! 

Alfredo Domingos

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