quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Nosso 100º texto


Buscamos sempre referências de data para as coisas. Os exemplos são muitos: 5º mês de gestação, 1º ano do menino, 25 anos de casados, 20 anos da formatura, 30 anos na mesma empresa, 10ª edição do livro, e assim vamos obtendo motivos para as respectivas saudações. Existem marcos a ser brindados. E cumprimos toda uma programação para bem marcar os eventos, e podermos aproveitar, de posse da máxima alegria, o momento festivo. 
Neste tom, possuímos um evento nosso para comemorar. Divulgo-o agora. 
Um tim-tim para nós. Viva! Em vez de erguemos taças, que sejam erguidos os dicionários, as gramáticas, todas as ajudas recebidas, os comentários formulados, e, principalmente, as inspirações, geradoras das ideias, que formaram os textos. 
Ideias e textos construíram esta oportunidade, iniciada em março de 2015, com a primeira publicação sendo “Tudo por causa do calor”. 
Nada melhor do que elaborar este novo texto para receber o selo de 100º texto inserido no nosso blog, o “Existe Vida nas palavras”. 
Começamos pelos agradecimentos. Descortesia seria deixá-los para o final! 
Aos leitores, a maioria anônima, que têm dado o ar da graça, frequentando o blog. Faz sentido dizer que Lygia Fagundes Telles refere-se aos leitores como sendo o motivo da sua escrita. Pura verdade! Filio-me a ela.
 A Diego Lopes, pelo acompanhamento, incentivando e colaborando, desde o nascimento do blog. 
A Deus, sempre! 
Para escrever, a cabeça deve estar boa. Não necessariamente o escritor precisa de isolamento. Antes de tudo, como no esporte, mente sã ou ligeiramente louca, o que ajuda! Em princípio, escreve-se em quaisquer ocasião e local. No celular, no laptop, num pedacinho de papel, no braço da amada, na palma da mão, e até nas paredes, se alguém deixar. 
A criatividade é necessária, contudo, dispomos de técnicas, que permitem a escrevinhação. Sem modéstia, afirmo que se consegue escrever sobre todos os assuntos e situações. Os graus de aprofundamento e de requinte na escrita são outras conversas. Aí, o buraco é mais embaixo e profundo. 
Atualmente, o rebuscamento nem está na moda. Os inúmeros blogueiros, comentaristas e palpiteiros deitam e rolam, metendo as caras, surfando nas mais diversas ondas, e com sucesso! Não faltam matérias para leitura. São erguidos castelos e barracos literários, com ousadia, em primeiro lugar. São ousados na escolha do tema e na forma desconcertante de expô-lo. 
Refletir, intuir, avançar na frase, recuar, consultar, concluir que ela está ótima, ou, ao contrário, constatar que está muito ruim, estão no protocolo, se existisse, do ofício de escrever. Porém, não é sacrifício! Escrever é “passear”. Se afligir, já não é prazeroso. Claro, que o computador é a bola da vez, mas pegar folha de papel e lápis, para lançar pensamentos e sentimentos, ainda, é maravilhoso. Ao concluir o texto, aí é o nirvana! O ponto final é a redenção. Não representa o dever cumprido. Não é obrigação levada a termo. Sentimos o abraço da satisfação, do íntimo prazer. 
Todos os textos foram baseados nas vivências e nas leituras. Muitos autores fizeram-se presentes por meio de seus estilos, formas de comunicação e palpitantes ideias. Serviram de didáticos exemplos. 
Nos três anos passados, os acontecimentos de momento tiveram forte participação. Não se escreve fora do contexto da época, a não ser assunto histórico, assim mesmo, ele recebe o nosso modo de encarar as circunstâncias, de acordo com que o autor está vivendo, que acaba contaminando as pesquisas, por mais milenares que sejam. As influências vêm de todos os lados. É impossível ficarmos alheios. 
Em síntese, o nosso pensamento de 2015 foi sendo modificado, com o tempo. Até a forma de escrever passou por alterações. Estamos iniciando 2018 com alegria, na esperança de fértil capacidade criadora. Escrever é sair de si. Jogar-se na trama urdida. Ser você mesmo com a vestimenta dos personagens e da história engendrada. 
Nas minhas orações, solicito, com a alma emocionada, que haja fôlego inspirador para mais uma centena de textos, no mínimo. Aliás, escrever é maneira de orar. 
Vamos juntos aproveitar, saborear palavras, montar parágrafos e abusar da pontuação, e que esta seja, a maior parte, composta da exclamação (!), finalizadora das boas situações. 

Alfredo Domingos

Um comentário:

  1. Parabéns! Eu me sinto co-participante desta alegria, desta realização. Aprendi muito ao longo desses anos, lendo, editando e publicando seus textos.Fico feliz de lembrar há 3 anos, quando vi a oportunidade de dar ao mundo a chance de ler o que o senhor já havia escrito e estava guardado sem ser publicado.
    "Escrever é maneira de orar". Não há frase melhor pra sintetizar o que o blog representa pra mim...
    Então... Vamos em frente! Rumo à 1000° postagem!

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