terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Sem o “...”


A

Substantivo masculino.
1. A 1.a letra do nosso alfabeto. [Representa a vogal oral, baixa e aberta (como em fato), ou a vogal oral, baixa e reduzida (como em roupa). Soa como vogal nasal, com timbre mais fechado, quando marcada com til (lã), ou, em raros casos, com acento circunflexo (câimbra), ou, ger., quando seguida de m ou n, esp. em final de sílaba (campo, lanterna) ou de nh (banho).]
2. A figura dessa letra, ou qualquer representação sua:
Bordou um a na camiseta.
3. Som por ela representado:
A pronúncia aberta do a é característica de certas regiões do País.
4. Conceito (6), ger. correspondente a aprovação com nota máxima:
Tirou um A em matemática. [Nesta acepç., ger. com cap.]
Numeral.
5. Primeiro (1), numa série ordenada ou hierárquica cujos elementos são representados ou designados pelas letras do alfabeto:
O item a é o mais importante; A crise econômica também afetou a camada A da sociedade. [Tb. us. adjetivamente, para denotar classificação e significando ‘de primeira categoria’, ‘de qualidade superior’, ‘de alto valor ou importância’:
serviço de classe A; leite de tipo A (ou, simplesmente, leite A).] [Pl., nas acepçs. 1 a 4: as (tb. indicado graficamente pela duplicação da letra: aa). Cf. á, à, ah.]

De a a z. Do início ao fim, ou em toda a extensão de algo; completamente, inteiramente, exaustivamente; do a ao z.
Do a ao z. De a a z.
Por a mais b. De maneira plena, cabal; sem deixar dúvida ou suscitar discussão.
Fonte da introdução: Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 4ª Edição


Escrever um texto com impedimento de elemento do “bcd” é método de louco, porém, o intento pode ser obtido. Sim, é possível. Dê início e observe que, sem perder tempo, o seu objetivo lhe torce os miolos e ergue corpo. Pegue o utensílio próprio e risque ou use o meio eletrônico. Os dois servem; cruze os dedos, segure os efeitos ruins.

Tente. Invente um trecho. Procure o jeito. Seguir sem óbice é dever, fugindo dos empecilhos, conseguindo soluções. O freguês tem que conhecer e mexer, com engenho, no Português, sem esquecer o rumo. Enfim, perder timidez e ser de vez um escritor. Sem heterônimos. Meter-se de topete. Com você mesmo, e pronto!

De período em período, construir recheios, medir os efeitos do feito. Tudo deve ter sentido, reunindo humor e tempero. De bom tom é socorrer-se de: improviso, sonhos, ponto, dois pontos, sinônimos, etc.

Ver o que se confunde com o nebuloso. Distinguir o imperceptível. Medir os extintos. Seguir com duelos internos, inteligentes, constitui wibe de percurso delicioso, e, depois, somente conferir o êxito. No fim, é melhor do que creme no mel. O termo certo é outro, do que creme, contudo, é erro nosso persistir neste desígnio, sem futuro no brinquedo. O tiro pode explodir em ponto neutro, conduzir o herói por becos desconhecidos, sem sucesso.

Mergulhe no experimento, ciente de que inexiste o método científico. Romper com o direto, reto, pode conduzir pelo torto, que é o pretendido. Os recursos devem ser ricos, com critérios bem concebidos.

Como um veleiro, é conveniente ir percorrendo em senoide seu suplício ou delírio. O imbróglio deve ser dividido em segmentos, reduzindo os perigos. Use o revólver do conhecimento e do engenho.

Sustente, que é exequível. Pense que pode repetir com outros tipos, como exemplos: e, i, o, m, s, t, etc. Cismou? Tire e crie. Rubem decretou em livro que certo modelo de conteúdo findou. E por que você, por exemplo, é que se vê proibido de pôr e suprimir o que vem no espírito? Por isso, insisto, senhor, que fique rente e firme, concentre-se no ofício.

Os mestres expõem que o desenho do referido deve ser redondo e o seu som estendido.

Fizemos os períodos refletindo sobre ele. Com os sentimentos inseridos no contexto. Por fim, um desfile de reflexões. O império do ortodoxo cedeu vez, promovendo os imprevistos bem vistos, permitindo o insólito. Isto!


Alfredo Domingos

Obs.: experiência nova foi realizada com o texto acima. A letra “a” foi evitada! Existiu certa dificuldade para contar a própria história do não uso do “a”, pois deveria haver nexo. Hurra, conseguiu-se! Como é dito, esta moda é “cultura de travesseiro”, travessura particular, da nossa intimidade, fora do protocolo.

2 comentários:

  1. Esqueci de comentar, à época: muito boa ideia de se escrever ser usar a letra "a". Feito difícil! E o resultado ficou espetacular! Parabéns!

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  2. Caro Diego,
    Foi um desafio evitar uma letra, ainda mais sendo o "a", letra bem usada.
    Mas gostei da experiência, e vejo que vc também.
    Em qualquer atividade, a dificuldade tem o seu valor, estimula-nos.
    Abraço,
    Alfredo Domingos

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