Fonte da imagem: www.mar.mil.br/cgcfn/cfn/bandas.htm
A música “A Banda”, de Francisco
Buarque de Hollanda, é emblemática na discografia brasileira. A canção foi inscrita no II Festival
de Música Popular, chegando à vitória. Fez um grande sucesso! Vendeu cinquenta e cinco mil cópias
em apenas quatro dias. Promoveu um agito só!
Até hoje, após quarenta e oito
anos, ela faz com que nos balancemos de imediato, assim que começamos a ouvir
os seus primeiros acordes. Trata-se
de música “musical”, desculpem-me a redundância, marcial e solene. Ao mesmo
tempo, apresenta um romantismo provinciano. Qualquer música traz boa mensagem,
mas esta, em especial, tem o poder de arrebatar o ouvinte.
Sua letra já começa fazendo um
convite ao amor, no embalo da música: “O meu amor me chamou pra ver a banda
passar cantando coisas de amor”. Que coisa linda, não é?
O autor não ficou por aí, foi
muito além!
Argumentou, na sua poesia, que “A
gente sofrida despediu-se da dor para ver a banda passar”. Entendeu ele que era
necessário sair da peleja para entrar na alegria de sorrir, brincar e cantar,
afastando o povo amuado da dor que corrói.
Aliás, cabe dizer que “ver a
banda passar” não significa estar à margem, não, de jeito algum! Podemos muito
bem entrar nela e tomar para nós todas as emoções advindas.
“Ver a banda passar” foi uma
solução divina que o nosso Chico Buarque encontrou para dar a impressão de
desfile, de parada, aonde, na realidade, qualquer um pode participar de lá para
cá e vice-versa.
Todos nós devemos, mesmo, entrar
na onda da banda, sem distinção. Tanto é assim, que a letra inclui “o homem
sério, o faroleiro, a namorada, a moça triste, a meninada, o velho fraco, e,
ainda, a moça feia”. Sem exceção, eles deixaram seus momentos e apreensões para
cair na folia.
Engano será de quem pensar que me
esqueci da rosa triste. Esqueci, não! Tenho pra mim que nenhuma flor consegue
entristecer. Deixei ao largo de propósito. Perdoa-me, caro Chico!
Considero a natureza livre de
amofinamento. Isto é coisa de gente!
Adiante, Chico Buarque deu para
matar! Juntou “marcha alegre se espalhando na avenida com a lua, de cara de
fora, sorrindo”. Covardia, prezado poeta!
Porém, para o entendimento
popular o que é bom dura pouco. Dito e acontecido!
A corneta da mudez tocou
simbolicamente o silêncio.
A banda passou! Levou no seu bojo
a animação, dando espaço à tristeza. Cada envolvido, então, sem outra saída,
retornou ao seu comum, no seu canto.
“A
Banda” ganhou o Festival,
conforme comentado, no
mesmo ano de seu lançamento (1966), tendo sido interpretada por Chico Buarque e Nara Leão. Dividiu o prêmio com a canção Disparada,
de Geraldo Vandré e Théo de Barros, esta interpretada por Jair Rodrigues.
Uma disputa acirradíssima dividiu os assistentes, na apresentação final.
Vale
ressaltar a participação dos dois grandes intérpretes, já falecidos, que
fincaram, com destaque, os seus nomes na MPB, Nara e Jair. Fiquem em paz!
Finalmente,
é bom explicitarmos que a escolha de tratar desta música não foi ao acaso. Houve
motivação pela comemoração dos setenta anos de Chico Buarque, que ocorreu em 19
de junho de 2014.
Felicidades,
Chico! Não se esqueça de continuar brindando-nos com as suas composições,
sempre maravilhosas.
Alfredo Domingos
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
Pesquisa: Wikipédia
Nenhum comentário:
Postar um comentário