sexta-feira, 10 de abril de 2015

Os pequenos detalhes fazem a diferença

Em 11 de novembro do ano passado, listei em uma folha de post-it quatro tarefas (chamei-as de pendências) atribuídas a mim, consideradas quase impossíveis, que virariam, num estalo, um desafio para o cumprimento. Grandiosas montanhas a escalar.
Foram submetidos à relação grandes empreendimentos aos quais eu teria de devotar engenhosidade, esforço e tempo. Em outras palavras, coloquei a minha própria cabeça a prêmio.
No meio deles, estão, ao menos, dois, que são coisas de uma vida, como se eu tivesse de plantar uma árvore, fazer um filho, ou algo significativo assim.
Em fevereiro, escrevi a lápis, em letra miúda, o seguinte lembrete: “por enquanto, nada!” (foi um aviso, apenas)
Podem perguntar-me se está havendo falta de empenho, que usarei um grandessíssimo “não” como resposta. Na batalha em chegar lá, suo o bigode, caso fosse dono de um, a cada dia. Insistir é comigo, não deixo pra outrem.
Quando considerei que havia pela frente pendências, enganei-me rotundamente. Pendência é passageira, dá a ideia de acessório, de coisa de somenos importância, o que, positivamente, não exprime a realidade das minhas fainas.
Neste dia de abril, verifico que não consegui colocar gaivota de conclusão de eventos em qualquer deles. Ainda estou pelejando. Terrível fadário o meu! Sem considerar que a Páscoa está chegando e que tenho comigo a imposição de cumprir obrigações até a ressurreição do Senhor; sempre pensei assim, ou no máximo o prazo se estende até o Natal. Mas esta última data ainda está longe. Será que ficarei empatado por tanto tempo?
Matutando, cheguei à conclusão de que a vida não encontra leito nos grandes acontecimentos. Não é a toda hora que se perde emprego, muito menos vivemos a ter a casa incendiada. Os infortúnios de monta são escassos, graças a Deus!
A vida é coalhada de miudezas. A torneira que pinga. As contas para pagar. A condução que atrasa. O salário para esticar. O banho para tomar. As unhas para cortar. E assim são múltiplas e constantes as imediatidades.
Então, essas tais coisas a dar cabo, da minha lista, talvez não sejam tão imprescindíveis, tampouco imediatas. A obrigação de resolvê-las não deve ameaçar a minha tranquilidade. Calma, devo dizer a mim mesmo!
Igualmente a um urso que hiberna, posso deixar a lista no canto, a repousar. Não preciso estar com faca às costas, cobrando-me solução. De vez em quando, lembrar-me dela não faz mal, serve de estímulo a algum movimento positivo, quem sabe?!
Ou, pensando melhor, a saída esteja em reformular a lista, hein???
Alfredo Domingos

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