terça-feira, 7 de abril de 2015

Forte presença em grafite

Fonte da imagem: fotografia feita pelo autor

Este é um grafite anônimo, encontrado numa parede de rua da Tijuca, no Rio de Janeiro. Infelizmente, o grafiteiro não deixou a assinatura, para divulgarmos aqui.

Considerei adequada a publicação, mesmo sem a autoria. Fica, no entanto, a homenagem ao artista “sui generis”, que sai dos ambientes fechados, sob proteção, para deixar a sua marca nas nossas barbas, nos grandes espaços públicos.

Algumas observações sobre a obra são válidas, quase interpretação do grafite: quanto ao retratado, trata-se de homem jovem, contemporâneo ao recado que lhe acompanha; queixo bem pronunciado, num traço irônico, que bem combina com as sobrancelhas desalinhadas e portadoras de diferentes desafios; olhos igualmente satíricos, considerados subjugados às sobrancelhas; sorriso de soslaio, matreiro, avisando mais ou menos assim: estou de olhos e ouvidos aguçados; em vista disso, percebo o destaque dado às orelhas, que se assemelham a duas potentes caixas de som, para captar qualquer coisa, não deixando escapar um “ai” sequer. As rodelas pretas das orelhas poderiam ser brincos, mas prefiro imaginar aqueles alto-falantes que vibram com a música; e para terminar, noto o cabelo bem cortado, denotando zelo pela aparência.

Porém, a mensagem de maior relevância está ao lado da figura. São os escritos. Reflexos da sociedade dos nossos dias: +1 na escola, -1 no crime.

Constata-se uma necessidade e se clama, em paralelo, pela solução da necessidade! É um recado muito atento do artista, utilizando a comunicação que está ao seu alcance.

Alfredo Domingos

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