Fonte
da imagem: fotografia feita pelo autor
Este é um grafite anônimo, encontrado numa parede
de rua da Tijuca, no Rio de Janeiro. Infelizmente, o grafiteiro não deixou a
assinatura, para divulgarmos aqui.
Considerei adequada a publicação, mesmo sem a
autoria. Fica, no entanto, a homenagem ao artista “sui generis”, que sai dos
ambientes fechados, sob proteção, para deixar a sua marca nas nossas barbas,
nos grandes espaços públicos.
Algumas observações sobre a obra são válidas,
quase interpretação do grafite: quanto ao retratado, trata-se de homem jovem,
contemporâneo ao recado que lhe acompanha; queixo bem pronunciado, num traço
irônico, que bem combina com as sobrancelhas desalinhadas e portadoras de
diferentes desafios; olhos igualmente satíricos, considerados subjugados às
sobrancelhas; sorriso de soslaio, matreiro, avisando mais ou menos assim: estou
de olhos e ouvidos aguçados; em vista disso, percebo o destaque dado às
orelhas, que se assemelham a duas potentes caixas de som, para captar qualquer
coisa, não deixando escapar um “ai” sequer. As rodelas pretas das orelhas
poderiam ser brincos, mas prefiro imaginar aqueles alto-falantes que vibram com
a música; e para terminar, noto o cabelo bem cortado, denotando zelo pela
aparência.
Porém, a mensagem de maior relevância está ao
lado da figura. São os escritos. Reflexos da sociedade dos nossos dias: +1 na escola, -1 no crime.
Constata-se uma necessidade e se clama, em
paralelo, pela solução da necessidade! É um recado muito atento do artista,
utilizando a comunicação que está ao seu alcance.
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